Limpar Portugal

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Serra do Pisco...

Nem todos saberão onde fica esta Serra do Pisco. De facto, mais não é do que um monte próximo de Trancoso, que chega a ultrapassar os 100mts de altitude. O interessante é que está quase virgem. Até há bem poucos anos não tinha estradas asfaltadas e, mesmo sendo uma coisa recente, apenas tem uma, que a atravessa. Bem no topo, há um posto de vigia que apenas está ocupado no Verão. No fundo, nem tem muito de especial, mas é natural que a malta lá de Trancoso se sita atraído por ela, principalmente quando é da natureza que gosta.
Em fins-de-semana como este que agora acaba, com nevões nas "terras altas", é um local único no país... a razão é simples e tem a ver com a mina primeira afirmação: "nem todos saberão onde fica". Isto faz com que fique puro nestes dias, sem turistas, mesmo os locais... as marcas humanas são as que se confundem com a própria Serra do Pisco. É claro que há algum risco e é preciso ser-se afoito, mas é o mesmo que ir para a Serra da Estrela.


Foi assim que lá fui parar este fim-de-semana. Um pouco audaz e a querer mostrar à minha mulher e filho uma perspectiva do nevão que atravessou Trancoso, o fim-de-semana acabou por se transformar numa pequena aventura TT. O meu Defender, quase a chegar ao topo do monte, começou a derrapara e a escorregar. Prendia sempre na neve que não estava pisada, mas não conseguimos fazer a inversão de marcha... e ainda andou "nervosismo no ar". Lá fizemos 200 mts em marcha atrás ...acabámos por fazer a inversão de marcha e regressar.

É que não parava de nevar e já eram 17 horas... e o frio adensava-se. Mas isso, vê-se melhor nas fotografias...

Ver TODAS

domingo, 2 de novembro de 2008

Alfena-Valongo-Santa Justa


Este fim-de-semana retomámos o antigo hábito de uma passeata pela zona serrana em torno do Porto. Foi por Alfena que andámos, por trilhos excitantes q.b., sem que deixássemos de nos sentir relaxados, entusiasmados e em verdadeiro espírito de estarmos a passar uma bela manhã. E como foi uma manhã bem passada!!!


Mas foi o regresso a estas zonas, à volta do Porto, depois de muitas incusrões que fizémos, princiaplmente no ano passado. Para mim foi voltar a ver como a serra de Valongo-Alfena-Santa Justa fica cheínha de gente ao fim-de-semana. Que natureza tão bem aproveitada pelo povo!!!! 4X4, moto4, BTT, corredores de montanha, caminheiros, piqueniques...
Mas parece-me uma zona ignorada, com matos por limpar, entulhos que transformam alguns sítios em lixeiras, uma serra sem qualquer tipo de sinalização...
O povo, esse, toma a serra ao Domingo de manhã... e vale a pena ir ver o espectáculo que é.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

V Encontro Ibérico Land Rover 2008

V Encontro Ibérico Land Rover 2008

Pois este foi o meu último evento... e o primeiro da nova época de TT. É um ano de muitas expectativas... vamos ver como corre.

Para já, começou da melhor forma. Passei um fim-de-semana agradável, com a minha mulher e o meu filho a experimentarem coisas novas ou pouco comuns nas suas vidas, o campismo, os passeios TT, o convívio entre landmaniacos ...

Quanto ao encontro em si mesmo. Ouvi dizer que o LCP não pretende fazer destes eventos "fontes de receitas". Sempre ouvi dizer que não é o "mostrar serviço" que os move... Diz-se por aí que são pessoas dedicadas à paixão deles. Há que diga mesmo que só querem é engrandecer a marca Land Rover, a do LCP e o TT português. Eu mal os conheço, mas há pomenores neste evento que mostram que esta gente sabe muito sobre como fazer com que 1009 Land Roveres usem um mesmo espaço, de forma ordeira, com espírito solidário e em harmonia com a comunidade que os acolheu... Fiquei impressionado com a forma como a Direcção deste clube mostra que tudo o que se diz é pouco para o que eles querem de facto fazer.

São enormes os parabéns que merecem.

domingo, 6 de julho de 2008

Participação na 6ª prova do Campeonato Nacional de Navegação em Paredes


Assim foi... depois de um par de saídas para treinar a utilização do GPS a navegar sem cartografia ou tracks, com carta militar em punho e a olhar para os montes, lá chegou o dia da estreia na prova do Campeonato Nacional de Navegação, organizada pelo Clube TT de Paredes - 6 de Julho, nas cartas 123 e 134.

A inscrição foi difícil. Primeiro foram as dificuldades em contactar a FPTT e a organização da prova. Depois houve regras que não conseguimos clarificar... Mas lá pagámos, madámos a papelada das licenças, inscrições, atestados de médico e mais não sei o quê... (questão: porque é que uma federação não manda os seus praticantes fazer os exames aos Centros de Medicina Desportivo?)

No dia de Sábado, 5 de Julho, estava previsto a abertura do secretariado para entrega de GPS e verificações técnicas... Estavamos à hora de abertura, mas demorou um bocado a que a coisa funcionasse normalmente. Lá fomos atendidos e enviados para descansar com a família na noite que antecedia a nossa estreia.

O dia 6 de Julho começou bem cedo, às 5 da manhã já estava a pé... recolhi o Marco, o meu navegador, e lá estavamos nós à abertura do secretariado às 6:30 horas. Depois do atraso da ordem, lá recebemos os GPS com os Waypoints (só, sem mais nada, pelo menos nós foi assim). Copiámos depois os pontos para a carta militar... enquanto reliamos o regulamento, fomos combinando as estratégias. Seleccionámos as que íamos fazer, delineámos um trajecto para a manhã e outro para a tarde... Acabámos por decidir fazer os pontos exactamente ao contrário. Expactativa: evitar a confusão, óbvia, que seriam os primeiros pontos... De facto, assim conseguímos, fizemos a manhã sem ver um único carro, até ao último ponto antes da neutralização. Também sabíamos que andava um carro à nossa frente, o da Camel Active Bencar (era a equipa líder do CNN...). Soubemos mais tarde que os primeiros pontos, no sentido contrário ao da nossa opção, tinham tido engarrafamentos... Durante a manhã cumprimos o plano, andámos sempre na carta 123, na zona de Valongo, que conhecíamos relativamente bem. Começámos a tarde com o ponto TV, e também andámos em zonas conhecidas... mas correu mal. Um par de erros, normalíssimos, e começamos a abdicar de pontos e de estratégias... de repente só tinhamos possibilidade de voltar para o controlo final... e o risco já era elevadíssimo... Fizemos a última meia hora por estrada, a controlar a velociadade no GPS para que não hovesse desclassificações pelas piores razões (excesso de velocidade ou atraso no controlo final)... Conseguimos chegar às 15:56h, com muitas equipas já à nossa espera... e de mais 5 equipas. Dessas, apenas 2 acabaram por conseguir chegar no tempo regulamentar. As outras 3, duas delas por avaria, não conseguiram e acabaram desclassificadas.

Foi espectacular, excelente a navegação do Marco, óptimos a perceber que era para aprender que ali estávamos. Acabámos em 5ºs, com 4 equipas à nossa frente, equipa muito experientes, de top...

Venha o próximo...



terça-feira, 3 de junho de 2008

Fim-de-semana de Rattes Billing... a correr mas deu para ver que há grande espírito por ali...


Foi um fim-de-semana agitadíssimo... e no Sábado à tarde fui dar uma vista de olhos ao Rattes Billing. Juntei-me com os companheiros do Landamaniacus Invictos e fomos pela pista da orientação... estamos a ver se aprendemos a ler cartas militares como deve ser e a orientar-nos nos montes.

Mas que belo percurso... muita lama, picadas à altura dos nossos Land Rovers e muita entreajuda a ser necessária, como é do espírito LR.

Depois disso só tive tempo para dar um salto à exposição e pista de obstáculos... mas só deu para ver... e muito a correr... vamos lá ver se consigo compor a minha agenda para aproveitar como deve ser o Encontro Ibérico de Gouveia.
Prometo novidades para breve... dos Landamaniacus Invictos.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Ainda Marrocos...

Prometi algures que apresentava as contas da nossa viagem a Marrocos. Assim será. Seguem os valores convertidos em euros. No entanto, salientamos que fizemos dois levantamentos em Marrocos 2000 MAD + 1000 MAD, que convertiamos em 200€ + 100€. De facto, depois de analisados os extractos bancários, estavam em causa 182,10€ + 91,05 €. Já agora sugerimos: quantos menos levantamentos fizermos no estrangeiro, tanto melhor... poupamos nas taxas fixas por transacção.


Seguro ......................................... 35,14 €
Comida LIDLE + outras compras ............ 78,44 €
Gasóleo ........................................ 63,50 €
Portagem Esmoriz-Aveiro ..................... 1,30 €
Gasóleo .........................................10,00 €
Gasóleo .........................................41,00 €
Cafés (Espanha) .................................2,20 €
Portagem Sevilha-Jerez ........................5,65 €
Gasóleo .........................................15,00 €
Gasóleo .........................................43,00 €
Barco Algeciras-Ceuta .........................64,00 €
Camping Chefchouen ...........................8,00 €
Almoço ...........................................3,87 €
Camping Azrou ..................................5,50 €
Gasóleo .........................................23,41 €
Gasóleo .........................................12,00 €
Reparação da Embraiagem ...................18,00 €
Reparação da Embraiagem ...................23,86 €
Tabaco ...........................................3,24 €
Almoço Kasba ..................................15,30 €
Gasóleo .........................................27,91 €
Tabaco ...........................................3,60 €
Camping Merzouga .............................8,10 €
Almoço ...........................................7,65 €
Camping Ouzzazate .............................3,96 €
Gasóleo .........................................22,51 €
Chá esplanada Marrakech ......................0,54 €
Camping Chefchouen ..........................20,00 €
Jantar Marrakech ................................5,46 €
Camping Marrakech .............................4,55 €
Almoço Marrakech ...............................5,46 €
Almoço viagem de Marrakech ..................4,92 €
Tabaco ............................................1,50 €
Gasóleo ..........................................36,42 €
Prenda para o RUI ................................2,64 €
Prenda para o ANDRÉ ............................9,11 €
Gasóleo ..........................................21,90 €
Barco Ceuta-Algeciras ..........................64,40 €
Portagem Jerez-Sevilha ..........................5,75 €
Gasóleo ...........................................61,00 €
Portagem Aveiro-Esmoriz ........................1,60 €
TOTAL: ................................791,39 €
(subtraímos prendas e tabaco) ................36,65 €
TOTAL B: .............................754,74 €

Adividir por dois: ............................377,37 €

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Barcelos – Ponte de Lima – Barcelos


Barcelos – Ponte de Lima – Barcelos

No passado fim-de-semana, 10 de Maio, o grupo dos Landmaniacus Invictus lá zarpámos para mais um passeio TT. Desta feita, o encontro foi no Minho, com um grupo de companheiros de Barcelos... passeio rganizado, a meias, por um colega de cá e outro de lá...

Foi um percurso com as suas dificuldades... óptimo para o meu gosto... sem excessos... com pontos quentes para algum ânimo... sem nunca sairmos "da nossa".

Apesar de meu cansaço, também fiquei contente por rever os companheiros destas andanças (acabei por dormir uma sesta quando todos tiveram concentradas em arranjar uma alternativa ao bloqueio do nosso percurso – estrada que estava para ser calcetada e com montes de paralelos...).

Podem ver algumas fotos no novo blog do grupo Landmaniacus Invictus (http://landmaniacusinvictus.blogspot.com/).

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O regresso...

Os 7º e 8º dia foram os dias do regresso a Portugal e ao Porto. No 7º dia fizemos o percurso Marrakech-Chefchouen, descontraidamente mas sem grandes distracções. Tínhamos que estar no dia seguinte de manhã a embarcar no ferry para a Europa. Impressionante a quantidade de crianças que vivem naquelas terras. No horário de saída (ou entrada) da escola, era uma massa de gente que não nos deixava indiferentes...

O embarque... acabou por ser possível apenas na tarde do 8º dia. Foi conturbadíssima a travessia da fronteira. Um polícia marroquino, enorme, depois da análise do meu passaporte (era o quarto carimbo de entrada/saída de Marrocos), revirou e completamente o meu Defender e inspeccionou obsessivamente todas as partes do carro que pudessem ser meio de transporte de droga, com o auxílio de uma chave de fendas. Até o depósito do óleo foi minuciosamente inspeccionado com uma lanterna... e no final olhava-me convencido que algo lhe tinha escapado. Os espanhóis olharam-me para tentar perceber o que dizia o meu rosto... e mandaram-me avançar.
Para além disso, ainda apanhámos uma avalanche de gente que de repente forçou a entrada descontrolada em Marrocos. Eram marroquinos que traziam compras de Ceuta... pela forma como vimos alguns a fugir da polícia, havia álcool naquelas bagagens.

Por fim, mais uma vez, estivemos horas à espera do ferry, desta vez, aparentemente porque chegámos 10 minutos depois das 12:30, e só tínhamos um novo barco às 15.

Fizemos o percurso inverso ao da ida (1º dia). Fez-se bem, ainda passámos por Trancoso onde a minha mãe nos deu o jantar. Eram já
3 horas da manhã quando beijei o meu filho que, meio a dormir, soltou um emocionado "papá... quase que me apanhavas a dormir", virou-se para o lado e continuou a dormir... no dia seguinte compensámos...

Curioso foi termos necessitado de dois depósitos mais 25 € (de gasóleo) para ir do Porto a Algeciras, e apenas dos dois depósitos para fazer Algeciras-Porto...

Por agora faço uma pausa na viagem... vou reunir-me com o meu companheiro e fazer as contas... são para publicar.

Abraços.


VER FOTOS DO REGRESSO

terça-feira, 22 de abril de 2008

6º Dia, a Pista de Telouet

6º Dia, a Pista de Telouet

Para mim foi uma repetição. Fiz esta pista em 2004, acompanhado pela minha mulher e mais rapaziada num Opel Frontera. Dessa minha primeira experiência ficou-me na memória o contraste com a pista da Garganta do Todra para a Garganta do Dades... (mais longa e difícil). Desta vez foi vivida como uma experiência de montanha, aproveitámos o percurso que tínhamos planeado para fazer este desvio e sentir a altura, o cruzamento de carros em espaços curtinhos e precipícios vertiginosos... Para mim, foi-me bastante agradável. Foi neste dia que percebi que nunca me senti tão bem nas minhas viagens a Marrocos como desta feita, senti-me calmo, seguro... mas isso são coisas minhas...

Na minha memória de 2004, estava ainda a travessia do Atlas a caminho de Marrakech, por estradas que serepenteavam a montanha, nessa data já noite avançada. Desta vez queria fazer esta travessia de dia... É mais uma série de imagens que valem tudo...

Lá estava o monte Tubkal... que atracção. O meu companheiro André, falava de o subir... e eu que tive um par de experiências de caminhadas em montanha (alpinismo), até tive vontade de as recuperar... aqui está mais um projecto. No ponto mais alto do nosso percurso por estrada (Tichka), resolvemos tomar um chá (já só tínhamos 6 MAD, mas não foi problema, deram-nos o chá pelo dinheiro que tínhamos). Conversámos com um local que nos disse ter subido o Tubkal com um grupo de portugueses... portugueses que “vinham a Marrocos procurar tesouros de tempos muito antigos”... ainda tenho esta a rebolar na minha cabeça.

Passámos pela Praça Jemaa El-Fna..., vimos as cobrinhas e o teatro... mas não era para isto que eu vinha a Marrocos (estava noutra: acabámos o dia a comer viande haché numa tasquinha na estrada para Al Jadida.).

VER FOTOS DO 6º DIA

segunda-feira, 21 de abril de 2008

5º Dia... O dia da travessia entre Merzuga e Zagora.

5º Dia... O dia da travessia entre Merzuga e Zagora.

Para mim, era a pista que tinha ficado por fazer nas anteriores viagens a Marrocos, e fui lá para a experimentar. Ainda em Merzuga fomos abordados por uns par de guias a quem na véspera dissemos que iríamos fazer esta pista sozinhos... Procuram avisar-nos (ou melhor, amedrontar-nos) do perigo que havia em nos perdermos e irmos parar à Argélia... Nós resolvemos avisá-los (ou melhor, amedrontá-los) do perigo que corria a profissão deles com os GPS ...
Começámos por fazer a parte inicial do percurso no (novo) asfalto até Taouz. Nesse percurso procurámos identificar a pista do “Parola”, marcada por antigos rodados e algumas pedras elevadas a sinalizá-la. Já em Taouz, entramos na pista e iniciámos a nossa aventura. O dia reservou-se cansativo e cheio de diferenças de paisagens, de cor, piso, tudo... imperdivel para qualquer aventureiro ou amante do TT. Tenho a sensação que todas as pessoas que conheço teriam prazer com esta pista (mesmo aqueles que têm gostos e interesses distintos dos meus). Na fase inicial estivémos muito próximo da fronteira com a Argélia, passávamos por em pistas em rios secos, havendo diferenças significativas entre a rota que nós seguimos e a que tínhamos gravada no GPS. Encontrámos algumas populações, numa delas
acabámos por deixar os materiais e roupas que tínhamos connosco (numa associação para o desenvolvimento local). Foi numa das últimas terrinhas que encontrámos um grupo de 5 motards espanhóis que faziam o mesmo percurso que nós. Estavam parados, movidos pelo conselho dos locais que refriam haver muito pó na travessia de um rio numa fase mais avançada da pista. Nós acabámos por seguir viagem, de facto encontrámos muito pó... mas nada de complicado... tudo corria lindamente e havia muito espaço para parar e contemplar a vastidão das paisagens... soberbas. Foi num destes momentos que passaram por nós os motards espanhóis. Mais à frente cruzámo-nos com dois ingleses, um Land Cruiser e um Patrol... Nos primeiros 100Km, havia albergues para receber os turistas... mas nós tínhamos planeado fazer o almoço no meio do nada. Pensamos em encontrar uma sombra... e 10 minutos depois, desistimos, parámos, fizemos o almoço e comemos...

Já próximos de Zagora, passámos novamente junto à fronteira com a Argélia, agora, num posto militar Marroquino e tudo. Veio receber-nos um militar (abrir uma cancela que impedia a passagem) e perguntou-nos se vinha mais algum carro, ao que dissemos que não. Mostrou surpresa por termos feito a pista sozinhos (eu e o André). Sabemos que é uma regra do TT fazer este tipo de actividades em grupo (mínimo 2 carros)... mas não foi possível... e bem tentámos encontrar parceiros. No entanto, de facto, fomos sozinhos para Marrocos fazer estas pistas porque tinhamos os tracks do Parola Gonçalves. Especificamente, este track deixou-me muito à vontade e, actualmente, estou convencido que há um fluxo significativo de transeuntes nesta pista, turistas é claro, que faz com que os riscos que corremos não sejam muito diferentes de alguns riscos que corremos no nosso Portugal, muito frequentemente (NOTA: não há rede de telemóvel)...
Quanto à “pista do Parola”, o meu colega André estava sempre a perguntar se estávamos na “pista do Parola”!!! Ele até poderia achar que era uma qualquer mineral da região, ou um herói local... mas não, ele sabia quem era o Parola.

Quanto aos leitores deste blog, aconselho-vos esta viagem, que mais não seja, só pela pista... uma pequena aventura emocionante, com paisagens impressionantes. Se leste isto... só perdes de ainda não estares a programar esta tua viagem para fazeres a pista Merzuga – Zagora... em 4X4.

VER FOTOS DO 5º DIA

sábado, 19 de abril de 2008

Um dia de TT na areia e, depois, de descanso...

Um dia de TT na areia e, depois, de descanso...


O 4º dia era para o TT e para o descanso. Para mim foi a estreia nas dunas do deserto. Espectacular!... Esvaziámos os pneus e lá andámos duna abaixo duna acima até que ficámos enterrados e, assim, felicíssimos, lá usámos a pá... O André até foi o primeiro a experimentar... e de repente ele já era mais experiente que eu. Perdemo-nos uma série de vezes do track do Parola Gonçalves e acabámos por seguir um trilho de jipes (ou/e moto 4) que teriam feito o percurso no sentido contrário ao nosso. Voltámos para trás quando nos deparámos com uma elevação enorme e a pique. Mesmo com esta desistência, voltar a fazer o percurso inverso foi uma emoção...
Fartei-me de fazer filmes de dromedários para mostrar ao meu filho (que diz querer ir comigo ao deserto ver os camelos)...


Concluímos o nosso passeio matinal em torno de Erg Chebi quando a tarde já tinha ocupado o OASIS. Entre conversas com os nossos anfitriões, lá fomos partilhando as nossas vidas...

Foi nesse dia que tomámos o nosso primeiro banho Marroquino.

Tal como tinha acontecido na noite anterior, fizemos questão de tomar um chá de menta antes de ir dormir. No auberge, para além de nós, estavam dois motards espanhóis (só na 1ª noite) e um grupo de dois casais franceses (um de velhotes, incrivelmente baixinhos, que trajavam vestes marroquinas/árabes mais ou menos estereotipadas, dos quais não conhecemos o tom de voz, e o outro, mais jovem, ela marroquina e ele um francês que contava ter atravessado 3 vezes o Sahara, uma delas aos 23 anos, como único ocidental numa caravana de camelos que transportava cale e minerais do Mali para Zagora (o grande deserto mesmo!!)...

No dia seguinte esperava-nos o dia das emoções mais fortes...

VER FOTOS DO 4º DIA

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Dia 3...

Dia 3...

Na noite anterior tivemos chuva por companhia.

Quanto ao percurso, sabíamos que ia ser mais uma etapa até ao deserto, mas com momentos mais emocionantes. Assim foi, um dia cheio de paisagens monumentais, das mais espectaculares que se podem ver por Marrocos. A floresta dos Cedros, o vale entre o Médio Atlas e o Alto Atlas e as Gargantas do Ziz são sempre impressionantes. A chuva não desaparecia e no Atlas o vento era fortíssimo. Houve uma altura que tivemos que andar a 30/40 Km/hora, tal era a impressão que o vento causava no nosso Defender. Deparámo-nos mesmo com uma caravana que ziguezagueou até ficar atravessada na estrada. Só houve maleitas com os materiais, e foi rápido o movimento de pessoas apra ajudar os holandeses (no caso).


Com o avançar dos quilómetros, deparámo-nos com a gravidade da dificuldade que tinha em engrenar as velocidades. Decidimos parar em Er rachidia (cidade de maiores dimensões) para tentar reparar a situação. Praticamente só engrenava a 3ª e a 5ª e eu evitava parar o Defender para não passar pela tensão de arrnacar em 3ª... Foi nesta condição que acabámos por parar por ordem da polícia quando numa longa recta no meio de um grande planalto passámos pelo sinal de STOP (“HAUT POLICE”). Depois da ameaça de multa de 400 MAD expliquei-lhe (e demonstrei) que estava sem velocidades e ele lá compreendeu, perdoou a multa e aconselhou-nos a parar mesmo em Er rachidia para encontrarmos “bons mecânicos“.

Pessoalmente estava pouco crente no sucesso da resolução do problema, mas, logo na primeira oficina, a coisa ficou resolvida. A oficina não tinha nada bom aspecto (como todas as oficinas por que passámos) e claramente era oficina de mudança (?) de óleo e limpeza de filtros... e pouco mais. Dirigimo-nos a um rapaz a quem perguntámos onde poderiamos encontrar um bom mecânico de Land Rover... e ele fez um telefonema. Disse-nos que num quarto de hora ele estaria ali. Assim foi. Ele experimentou a embraiagem, verificou o fluido da bomba e diagnosticou que era esse o problema e que a poderia reparar se eu quisesse. Depois de algum esforço por esclarecer a situação, senti-me confortável e confiante com esta pessoa. Tinha que tomar uma decisão e disse-lhe que poderia ser, "c'est ok". Era o Ali, irmão do Lirbali (não tenho a certeza do nome dele, mas era o primeiro rapaz a quem nos dirigimos, e que fez o telefonema). Pôs as mãos ao trabalho. É claro que não pedi o CV dele para saber se era de confiança, mas eu estive mais atento que nunca a uma intervenção no meu Land Rover, e o Ali não pestanejava com a muinha presença e avaliação (e a do meu companheiro André, é claro). Era uma pessoa humilde, sem manias nem arrogãncias, bem educado e que mostrava dominar o que estava a fazer, parecia ter experiência a fazer aquilo. No momento em que percebemos que eram os dois irmãos, o André comentou que era “uma família de mecânicos”... ao que ele respondeu que “não, que só ele (Ali) era mecânico” (ou seja, o facto de ter um irmão a trabalhar numa oficina, a mudar óleo e filtros não faz dele mecânico).
Afinal não foi possível reparar a bomba... teve de ser substituída (tinha uma falha na parede interna da bomba, por onde o fluido saía e se derramava). Ele disse-me que no estado em que estava, se tivesse andado a meter o fluido aos poucos, ao longo da viagem, o Defender ainda vinha para Portugal, e achei que tinha havido um mal entendido no início da conversa com o Ali, em que eu o fiz pensar que eu já tinha colocado fluido na bomba... Acabámos por procurar uma bomba, que adquirimos e substituímos. Reparei na forma como cuidadosamente o Ali colocava a reapertava todos os parafusos que antes tinha tirado para a desmontar... Fiquei muito satisfeito com o trabalho, achei-o muito competente... fizemos por ali uma série de amigos... Custo total (bomba 240 MAD + fluido 25 MAD + Mão de obra 200 MAD, ele pediu-me 150 MAD e eu dei os 200 MAD) – demorou 4 horas (TOTAL EM €= Aprox. 41 €)... o mais engraçado foi que já tive um problema do género aos 40.000 Km, em Portugal, e na altura fiquei sem saber o que tinha o Land Rover e substituíram-me a “caixa de velocidades” e paguei mais de 300 € na PRECISION. Como não percebo nada de mecânica... andei umas horas a pensar que fui levado em Portugal... vamos ver.


Acabámos por chegar a Merzuga já de noite... no mesmo percurso que fizéramos em 2005... e com o Sporting novamente a ser eliminado... (na altura foi pela Udinese e agora pelo Glasgow)...

Com a chegada a Merzuga, o vento estava forte, e a areia atravessava-se na estrada... Disseram-nos mais tarde que fazia 5 dias que “estávamos no meio de uma tempestade... era só pó”...


Dormimos no quintal do Auberge OASIS, na nossa tenda de montagem em 2''...

http://www.auberge-oasis.net/

NOTA: Sei que é um fluido e não um óleo porque li os post's do JPCMC do fórum do Landmania Clube de Portugal (apesar de não concordar muito com as suas posturas perante alguns dos sócios, a sua partilha de informação técnica tem-me valido alguma coisa - a ele o meu obrigado).

O 2º dia.

O 2º dia.

No 2º dia, optámos por uma viagem mais curta para podermos jantar e dormir melhor. Foi uma etapa de transição, para ao 3º dia estarmos no deserto, em Merzuga, verdadeiro destino da nossa viagem.
Depois de desmontada a tenda (o interessante é que demorou 2’’ a montar e 2’ a desmontar) fomos levantar dinheiro (MAD - Dirhams Marroquinos) e comprar tabaco (para o André, porque eu há 6 meses que não lhes toco). Bebemos um chá de menta num café na praça Moahmed V e deixámo-nos ficar. Pudemos contactar desde logo, recordando, com a realidade Marroquina: no café, só homens, aos beijos e de mão dada. Já não é isto que nos surpreende, mas voltamos a confrontar-nos com a diferença... que agora é quase natural. A reflexão do meu companheiro tem andado em torno do “potencial mercado de promoção imobiliária”, tantas foram as “paisagens naturais por destruir em nome do betão”... é claro que por aqui o mercado tem o problema da falta da procura... mas pela evolução que está a ter Marrocos, eles chegam lá. Por enquanto vamos tirando (nós e eles) prazer desta espectacular natureza. Quanto a mim, a minha reflexão do dia esteve relacionada com a convivência de um caos de peões e desrespeito pelo cumprimento das regras de trânsito, que parecem coexistir sem consequências negativas para os primeiros (pelo menos aparente). A explicação que encontrei é uma observação que pode ter tanto de factual como de ficcionada: parece que os condutores não esperar nenhum comportamento de auto-protecção dos transeuntes e, assim, estão sempre alerta para qualquer acontecimento inesperado relacionado com eles (por exemplo, uma entrada de rompante na via publica...). É como se os condutores tivessem a obrigação de zelar pelo peões, (valor implícito, que parece ser mais importante que o de cumprir o código da estrada (porque, este, não o cumprem). Isto não é de difícil adaptação... mas parece haver uma diferença na postura que temos que ter (condutores)... em Marrocos. É frequente verem-se ultrapassagens em riscos contínuos ou “stop’s” ignorados, mas a precaução dentro das localidades é clara... e não é pelo polícia ou pelo código, parece ser mesmo por consideração e protecção dos peões...




Acabámos por chegar a Azrou. No segundo dia começaram a ser claros os problemas com a engrenagem de velocidades... estávamos a ficar apreensivos. O tempo continuava chuvoso e as paisagens da viagem, sendo bonitas não são o espectáculo dos dias que se seguem

A noite correu bem, mas cheia de chuva (a tenda do meu irmão foi aprovada).

Amanhã vamos acordar cedo. É para dormir no OASIS em Merzouga...


Quanto às opções para este segundo dia, estou convencido que ganhávamos com uma viagem mais longa e rápida para o Atlas/Deserto... É claro que há muito para se ver em Marrocos... mas nós, nesta viagem, íamos à procura do Sul.

NOTA: Estava constipado... mas a ficar melhor. Tomava paracetamol de 12 em 12 horas e a coisa aguentava-se bem.


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Manhã do 2º dia, depois de dormirmos em Chefchouen.


Manhã do 2º dia, depois de dormirmos em Chefchouen.

O meu companheiro, o André, fartou-se de falar de uma “senhora estopada”. Foram 1025Km, com uma espera de mais de 3 horas pelo ferry boat na travessia do estreito de Gibraltar. Tínhamos passado o dia todo a atravessar a península, sempre com a companhia da chuva, parecia quase de noite desde manhã. Na chegada a Algeciras vimos pela 1ª vez nesse dia o azul do céu.
No entanto, a espera pelo ferry poderia ter tido um impacto maior no nosso plano de viagem. À chegada, foi-nos anunciada a possibilidade dos barcos não atravessarem o canal - “estava demasiado vento”. Deram-nos como hipótese consistente o barco das 22 horas, “um barco lento” (que demora cerca de 1:30h), e acabou por ser assim. Custou-nos 64€ (2 pessoas e o Defender).
Entretanto, a noite parecia estar a cair quente. Tínhamos que atravessar a fronteira e seguir viagem até 1400 mts de altitude. Correu tudo bem, na fronteira havia pouca gente (não estávamos em Agosto e já fora da época alta da semana santa) e a viagem até se fez bem, apesar da noite avançada.
Chefchouen foi sempre a nossa meta por várias razões. Tem um parque de campismo que fica já depois das 1ªs montanhas de Marrocos, está muito ocidentalizado (por acaso, também nos preços) e já era nosso conhecido.

Acabámos por montar uma daquelas tendas que ficam prontas a utilizar em 2’’ e dormimos a noite toda (eu, porque o André queixou-se de dificuldades em dormir).

Considero que fizemos boas opções ao percorrer a zona ocidental de Espanha (em Portugal saímos do Porto e percorremos a A25 até à Guarda e depois a A23 pela Covilhã e Castelo Branco e o IP2 por Portalegre. Entramos em Espanha por Campo Maior e seguimos por Badajoz para Sevilha, Jerez e Algeciras). Poupámos nas portagens, que em Portugal são muito caras para o Defender... Entre Sevilha e Jerez também pagámos portagem, pouco mais de 5€ (em Espanha só há 3 classes e o Defender está na 1ª). O tempo que esperámos pelo barco é que foi mais chato... Chegámos a Algeciras às 18:30 (hora espanhola) e só tivemos barco às 22h, que chegou a Ceuta às 23:30. O que vale é que em Marrocos são menos 2 horas que em Portugal. Afinal eram 22:45 quando atravessámos a fronteira. Mais tarde soubemos que tem havido muitos problemas de desmarcações de travessias, o que estava a gerar protestos em Ceuta. A justificação que nos deram foi a do "mau tempo"... fez-nos sentido porque choveu o dia inteiro. Na fronteira foi mesmo rápido, só houve aquelas burocracias do pede papelinho aqui, ali para o automóvel, preenche, carimba aqui o passaporte, ali o papelinho do automóvel, mostra aqui e mostra ali outra vez... Como já sabemos mais ou menos o filme, já evitamos os pseudo funcionários públicos que querem ajudar-nos em troca de gorjetas para se aproveitarem da complicação que nos causa aquela burocracia toda. De facto, é muito simples...



VER FOTOS (1ºs dias)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Véspera da partida...

Estamos a escassas 10 horas da partida.

Já decidimos fazer o percurso na Península Ibérica pela A25 e A24 até Portalegre, entrar em Espanha e seguir em direcção a Sevilha, Jerez e Algeciras. Pretendemos assim poupar o dinheiro das portagens e entrar o mais depressa possível em Espanha para poupar no gasóleo.

Durante os próximos 8 dias não vão ter qualquer tipo de notícia nossa (só se houver tempo de um pequeno comentário num qualquer cibercafé marroquino). No entanto, no regresso, diariamente, vamos colocar aqui o registo (escrito e fotográfico) de cada um dos dias da viagem.

Para já, fica a actualização do material e equipamento que levamos connosco:

1 Defender Td5 Hard Top Van de Julho de 2003 (Pneus General Grabber) – 99% de origem, com, apenas, um RollBar;
4 Insa Turbo Sahara (para montar com a chegada ao TT) - afinal vão ficar em Portugal;
1 Pá;
1 GPS (276C) – com parques de campismo e os tracks que vamos fazer – tudo cedido pelo Parola Gonçalves;
1 Portátil (com Antena SIRF III);
1 Inversor de corrente;
2 lanternas;
2 tendas (a minha, que anda comigo desde a adolescência e foi uma oferta do meu pai - que ele usou quando era rapazola – e a do meu irmão, que é daquelas que abre em poucos segundos);
2 Sacos cama (Inverno);
2 colchões de enchimento automático (comprei no Lidle há uns bons anos e já deram muito jeito);
2 almofadas;
1 Bico/fogão e 1 candeeiro a gás;
2 botijas camping gás – das mais pequenas - (uma para o bico/fogão e outra para o candeeiro;
1 Moca (para fazer café);
1 tacho e 1 testo;
Pratos, copos e talheres de plástico/campismo;
Detergente e esfregão para a louça;
Medicamentos (anti-diarreico; laxante, panadol, aspergic, curitas e betadine);
Alimentos (os ingredientes para pequenos almoços e jantares a confeccionar vão de Portugal – muitos cereais, leite de soja, arroz, vegetais, fruta e conservas escolhidas criteriosamente);
Roupas e material didáctico para entregar em associações.

domingo, 6 de abril de 2008

O que me vai custar mais no meu passeio a Marrocos?


O que me vai custar mais no meu passeio a Marrocos?

Bem sei o que me vai custar mais nesta viagem.
Acordar às 5 da manhã até dá prazer quando é de vez em quando. Acho mesmo que se nos habituarmos até dá prazer todos os dias.
Passar 6 a 12 horas por dia a conduzir, dormir encostado ao chão, nalguns casos em sítios absolutamente desconhecidos, vai custar. Mas vai compensar o que se consegue com isso: as memórias, o valor dos momentos, a contemplação.
Todas as noites vamos ter de montar uma tenda e preparar uma refeição. Mas o café e a conversa da noite vão compensar tudo isso e muito mais.
Vamos ter calor e pó a bater-nos na cara nalguns dias. Mas é uma experiência que quando se passa por ela há um estranho prazer de por ela se passar.
Vamos gastar dinheiro com isto tudo. Mas até seria pior se tivéssemos outras opções...
O que me vai custar mesmo é passar estes oito dias longe da minha mulher e, principalmente, do meu filho. Nada, mas mesmo nada, compensa contar uma história ao deitar, o fazer xixi à homem, o passeio da tarde pelo escorrega, ou a passagem pelo infantário para o deixar ou recolher. O sorriso que me rebenta a confrontação com audácia com que ele enfrenta as coisas pré-definidas que a vida lhe apresenta. Isso, não há nada que o compense. Apenas a racionalização de que isto é um exemplo de independência e autonomia me permite ganhar coragem para estas coisas...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Inverosímil

Inverosímil
(Paulo Guedes, 2 Abril 2008)


O que me leva novamente a Marrocos?
Da primeira vez que lá fui, foram decisivas as histórias que o Rui (Pena) me contava sobre este país, tão perto de Portugal e ao mesmo tempo tão longe, nos seus muitos contrastes; sempre gostei de histórias, se possível de outros tempos e de outros mundos e foi isso que senti quando fui a primeira vez a Marrocos, senti um outro mundo, diferente, vivo e inverosímil.
Antes de me explicar deixem-me então partilhar uma história, também ela inverosímil e ainda muito viva: estávamos nas gargantas do Torda e, depois de um excelente repasto, dirigimo-nos para Agoudal (aldeia perdida no meio do alto Altas a cerca de 2400 metros de altitude); subíamos por uma estrada em terra e gravilha aberta nos flancos da montanha e que parecia nunca mais acabar; as paisagens eram fantásticas, mas o meu medo das alturas ainda o era mais; depois de ultrapassarmos o ponto mais alto em que estive de automóvel seguimos por uma estrada também ela de terra e gravilha que parecia um leito de rio seco e lá chegamos a Agoudal; era o final da tarde e os restos do pôr-do-sol iluminavam a vila – imaginem: nas montanhas, já a escurecer, as sombras projectando-se, a escuridão estendendo-se e Agoudal, ainda iluminada, amarela, viva, brilhante, inverosímil – é uma imagem que não me sai da cabeça; lá parámos, arranjámos um sítio, ligeiramente afastado do centro de Agoudal, mas que nos inspirava confiança, para montar as tendas; depois do jantar, feito por nós (viva a camping gás), queríamos telefonar à família; mas não tínhamos rede nos nossos telemóveis, o que nos levou a perguntar se haveria algum telefone que pudéssemos utilizar; informaram-nos que existia um telefone na aldeia; quando lá chegamos percebemos que era o único telefone que existia na aldeia; era religiosamente guardado por um agoudalense, que apontava os sagrados períodos num livro e que depois informava quanto se tinha que pagar; lá fomos nós para a fila e telefonamos às nossas famílias; dissemos que estamos no século XXI; mas o agoudalense não se acreditou. Foi também aí, em Marrocos, que percebi a noção de monopólio (comercial).
Marrocos é uma terra de contrastes: tem o 2º pico mais alto de África (a que espero subir um dia), tem cidades que nos recordam a Suiça como Ifrane, com as suas casas achalésadas; tem praias e uma linha costeira imensa; tem cidades ao mesmo tempo passadas e futuras (veja-se o caso de Fez, com a sua zona antiga e a sua zona nova) e tem o maior deserto do mundo - o Saara que de propósito ou a propósito quer dizer “terra que por ninguém passa”; é lá que vamos concentrar os nossos esforços nesta minha 2ª viagem e 4ª viagem do Rui.
E é isto que me leva novamente a Marrocos - sentir que há novos mundos aqui tão perto, e poder conhece-los. Sentir que estou seguro, mas que há aventura e adrenalina. E sobretudo poder partilhar mais uma história do deserto e da sua magia.

terça-feira, 1 de abril de 2008

O passeio a Marrocos está com o plano definido.


A viagem está a ter o seu plano definido.

Como optei por divulgar este projecto em blog, faz-me sentido partilhar alguns aspectos relacionados com este tipo de viagens e o seu planeamento. São as minhas ideias, resultantes das experiências que tive, do prazer que posso retirar disto, do sentimento de segurança que preciso e do grau de risco que pretendo assumir. Estas são considerações que faço antes deste tipo de viagens (e não só... é mais no dia-a-dia):

O que é preciso para se estar seguro?

  1. Há quem precise de ter a possibilidade de determinar o curso das coisas. Há quem precise de ter alguém em quem confiar e que determine o curso das coisas.
  2. Há quem precise de uma ilha de ocidentalização (um resort, um hotel, um acampamento com muitos ocidentais) – a isto estão associadas características civilizacionais (segurança, hábitos de higiene, alimentação, relações-tipo, etc.). Há quem precise apenas de um canal de comunicação aberto com o seu mundo ocidental (telefonemas regulares, que mais não seja).

O que é preciso para se retirar prazer disto?

  1. Há quem precise de experimentar e contactar intensamente com o contexto que visita. Há quem precise do acaso no contacto com o contexto que visita.
  2. Há quem precise de comer bem, dormir bem, não ter preocupações nenhumas. Há quem precise de se sujeitar à possibilidade de só comer terra, não dormir e estar sempre preocupado.
  3. Há quem precise de não passar por estopadas. Há quem precise do desprazer das estopadas, para conhecer o prazer do destino.

Não sinto estar à altura de dar lições a ninguém, mas parece-me que Marrocos dá para todos os gostos. Neste caso, o que pesou nas nossas opções foi, a primeira coisa, optar por uma viagem que dê prazer, recusando o que não é imprescindível, para o prazer, e procurando a segurança necessária para o minimo de conforto (descobimo-nos e até parece que precisamos de insegurança para ter prazer (é provável...)...

Mas, no fundo, somos todos diferentes e alguns de nós precisam de coisas que os outros não precisam. Há viagens/expedições organizadas em que se mistura tudo e acaba por ser óptimo para todos os que participam.

Eu também gosto, mas gosto mais de uma forma do que de outra...

segunda-feira, 31 de março de 2008

Participação no Puros e Duros


Ora aqui está a minha primeira participação num evento um pouco mais duro. Foi um dia muito bem passado. Também me parece que foi graças a algumas pessoas, e alguma sorte, que a coisa foi tão boa. Tive muita ajuda. Sem ela não sei o que seria... possivelmente outros ajudariam, mas aqui agradeço ao Marco Marinho em primeiro lugar que me orientou para o grupo dele e depois ao Álvaro que ajudava e "guinchava" como podia... Houve mais pessoal que foi ajudando... aliás, espírito de ajuda era o que não faltava. Recordo-me de uma situação, precisamente a da foto em cima, no momento em que precisei de sair do sítio em que está o meu Defender, estavam uns 4 ou 5 companheiros em fila, "escadaria" a cima, que numa coreografia perfeita ora viravam os polegares para a direita, para eu fazer o mesmo com o volante, ora de mão em riste sinalizavam que era para avançar, para logo de seguida com uma expressão firme as viravam para baixo num movimento seco para eu parar... treinado não conseguiriam fazer tão bem.

Acabei por ficar com o para choques danificado (precisamente num eucalipto a que "tinha de apontar", mas a que não era suposto acertar, no cimo da escadaria, também, da foto que está neste artigo). Nada que não estivesse nas minhas cogitações... sim porque quando me inscrevi sabia que poderiam acontecer estas coisas.

Foi um dia forte e bem passado, com umas belas descargas de endorfinas... abraço muito grande para a organização. Sei que foram vários os que organizaram o evento, o Rui Mendes, que acompanhou mais proximamente o nosso grupo, mostrou ser um indivíduo top.

domingo, 30 de março de 2008

Material e equipamento para a viagem a Marrocos.

Já que estou numa de partilhar, cá vai:

Primeiro: não esquecer os passaportes e a extensão de seguro para Marrocos (se nos passou, sempre é possível fazer um seguro na fronteira – há por lá agentes a tentarem ganhar algum... nunca o fiz e nem sei quanto custa).

O material e equipamentos que vai connosco é:

  • 1 Defender Td5 Hard Top Van de Julho de 2003 (Pneus General Grabber montados) – 99% de origem, com, apenas, um RollBar;
  • 4 Insa Turbo Sahara (para montar com a chegada ao TT);
  • 1 Pá;
  • 1 GPS (276C) – com parques de campismo e os tracks que vamos fazer – tudo cedido pelo Parola Gonçalves;
  • 1 Portátil (com Antena SIRF III);
  • 1 Inversor de corrente;
  • 2 lanternas;
  • 2 tendas (a minha, que anda comigo desde a adolescência e foi uma oferta do meu pai - que ele usou quando era rapazola – e a do meu irmão, que é daquelas que abre em poucos segundos);
  • 2 Sacos cama (Inverno);
  • 2 colchões de enchimento automático (comprei no Lidle há uns bons anos e já deram muito jeito);
  • 1 Bico/fogão e 1 candeeiro a gás;
  • 2 botijas camping gás – das mais pequenas - (uma para o bico/fogão e outra para o candeeiro;
  • 1 Moca (para fazer café);
  • 2 tachos e 2 testos;
  • Pratos, copos e talheres de plástico/campismo;
  • Detergente e esfregão para a louça;
  • Medicamentos (anti-diarreico; laxante, panadol, aspergic, curitas e betadine);
  • Alimentos (os ingredientes para pequenos almoços e jantares a confeccionar vão de Portugal – muitos cereais, leite de soja, arroz, vegetais, fruta e conservas escolhidas criteriosamente);

Vamos levar roupas e material didáctico para entregar em associações – há sempre entidades locais que recolhem estes bens e redistribuem pelas pessoas mais necessitadas – esta questão é relevante nas aldeias mais isoladas do Atlas, onde há mais dificuldades, dado as adversidades da montanha e do clima.

quinta-feira, 27 de março de 2008


Passeio a Marrocos de 8 a 16 de Abril.

Vou eu (Rui Pena) e o amigo André Guedes. É a segunda vez que vamos juntos. Estamos em fase de mudança profissional e temos um par de meses para fazer o que nos apetece... (coincidentemente está a acontecer com os dois ao mesmo tempo). Eu já lá fui no Verão e na Primavera. Inicialmente pensámos em ir no Inverno... mas só foi possível nesta altura. Também é bonito... vamos apanhar o degelo...
Eis o plano:


Dia 1 (8 de Abril, 3ª feira)
6:00 horas
Local de Saída: PORTO
Destino: CHEFCHAOUEN
Passagem por: Vila Real de Santo António – Sevilha - Algeciras
OBSERVAÇÕES: Dormida no parque de campismo.

Dia 2 (9 de Abril, 4ª feira)
10:00 horas
Local de Saída: CHEFCHAOUEN
Destino: AZROU
Passagem por: Fez - Ifrane
OBSERVAÇÕES: Dormida no parque de campismo.

Dia 3 (10 de Abril, 5ª feira)
10:00 horas
Local de Saída: AZROU
Destino: MERZUGA
Passagem por: Floresta dos Cedros – Midelt – Er-Rachidia – Erfoud -Rissiani
OBSERVAÇÕES: Dormida num Albergue (preferência por campismo).

Dia 4 (11 de Abril, 6ª feira)
8:00 horas
Local de Saída: MERZUGA
Destino: MERZUGA
Passagem por: Pista à volta do Erg Chebbi (dunas)
OBSERVAÇÕES: Dormida num Albergue (preferência por campismo).

Dia 5 (12 de Abril, Sáb.)
8:00 horas
Local de Saída: MERZUGA
Destino: ZAGORA
Passagem por: Pista pelo sul, junto à fronteira da Argélia
OBSERVAÇÕES: Dormida num Albergue (preferência por campismo).

Dia 6 (13 de Abril, Dom.)
8:00 horas
Local de Saída: ZAGORA
Destino: Marrakech
Passagem por: Ouzzazate - Pista pelo Atlas (Telouet)
OBSERVAÇÕES: Dormida num parque de campismo.

Dia 7(14 de Abril, 2ª feira)
8:00 horas
Local de Saída: Marrakech
Destino: CHEFCHAOUEN
OBSERVAÇÕES: Dia 1 de regresso.

Dia 8 (15 de Abril, 3ª feira)
8:00 horas
Local de Saída: CHEFCHAOUEN
Destino: PORTO
OBSERVAÇÕES: Dia 2 de regresso.

Relativamente ao plano inicialmente previsto, perdeu um dia (no regresso) que, com a pesquisa que fomos fazendo, achamos ser perfeitamente realizável. Eu e o André vamos voltar a reunir na próxima semana (2 ou 3 de Abril) para conversarmos sobre questões logísticas.

Se alguém se quiser juntar a nós, ainda está a tempo... insisto que vamos muito pela calma, pelas paisagens e para descontrair. Tem que ter um 4X4 e capacidade de se adaptar a nós... nós também nos adaptamos ao eventual parceiro.

A contagem decrescente já iniciou...

terça-feira, 25 de março de 2008

Onde me leva o meu Land Rover Defender?


Pois é... também cedi à coisa de ter um blog dedicado ao meu LR Defender Td5.

Éi-lo... prontinho a descer e a subir por montes e vales, aqui e acolá, comigo, com a família, amigos ou companheiros, com coragem ou com medo (porque esta coisa do TT também dá pica), com visão panorâmica e descontraída ou focada e intensa num pormenor a complicar o avanço.
Vou tentar partilhar aqui as minhas fotos, tracks e aventuras... talvez recuperar aventuras antigas também.
Não contem com mecânica, electrónica e coisa e tal para além do básico. Para já, estou a preparar a minha 4ª viagem a Marrocos. E vai ser sobre essa aventura que vou dar os meus primeiros passos nesta experiência na blogosfera.